Fazer uma coisa escondida é “batata”, é danado para aparecer. Menino a gente já sabe, dizer “não” é a mesma coisa que dizer “sim”. – Menino não faça isso! Pode esperar que vai fazer.
Lá em casa não era diferente. Eu, meu pai e meu irmão sempre fomos apaixonados por videogame, e acompanhamos toda geração de consoles. Naquela época tínhamos um “Atari”, e usávamos o “joystick” (controle) para jogar. Papai tinha o controle que era só dele, mais molinho, melhor para conquistar os objetivos nas aventuras do mundo dos jogos.
Aquele passou a ser o objeto de desejo meu e do meu irmão. Tínhamos o nosso, mas o dele era especial; era proibido.
Olhar para aquele controle era cada vez mais irresistível. Então, certo dia, pegamos escondido para jogar. Acostumados com o nosso, usamos de tanta força que quebramos o seu Joystick que era bem mais flexível.
Agora era só esperar…quando ele chegasse a primeira coisa que íamos ouvir era: “Eu avisei que não pegassem”.
Usando de muita astúcia, surgiu a ideia de enfiarmos a alavanca novamente no controle, e colocarmos no lugar. Estava aparentemente perfeito.
Ao chegar em casa, como de costume, nosso pai tinha um momento de lazer. E lá foi ele pegar o “joystick” para mais uma jogada. No primeiro movimento, a alavanca arrancou.
– É, parece que nesse dia ele colocou força demais!
Ele realmente acreditou por muito tempo que tinha quebrado aquele controle. Quando já não existia mais risco de uma bronca, contamos a verdade. Até hoje nos divertimos relembrando essa história.
Claro que isso era coisa de criança, e aprendemos que em qualquer situação a verdade sempre deve prevalecer e que devemos assumir as consequências dos nossos erros.
A tradição do videogame continua em minha casa. Há momentos de lazer com meus três filhos, todos apaixonados pelos jogos eletrônicos. Nos divertimos, competimos, erramos e acertamos. E pra não correr risco de ter um controle desejado, aqui, controle passa de mão em mão. Lição aprendida!